terça-feira, 27 de novembro de 2007

filosofia barata resultante da insônia e do egocentrismo, que por sua vez resulta de uma megalomania ainda não descoberta (sou napoleão!)

eu tinha planejado escrever algo extremamente interessante para um post de estréia, mas acho que palavras como interessante, extraordinário e maravilhoso, já não se encontram no meu vocabulário. às vezes a gente pensa que controla o mundo, mas quando menos nos damos conta, percebemos que nem sobre nossas vidas temos controle. é uma vertente da teoria do caos, diretamente aplicada ao cotidiano, especialmente de pessoas que, como eu, sofrem de insônia.

definitivamente esse não é um bom começo pra um promeiro post, mas acho que o fato de ser 05 da manhã atenua minha culpa (tenham cuidado, a condecendência é o primeiro sinal de que estamos no fundo do poço). mas como esse blog é sobre coisas a se pensar, vou tentar entreter vocês com o pouco que me resta de senso comum e retórica.

é engraçado como não gostamos de dividir nossas melhores idéias com o resto do mundo, eu diria que é uma espécie de egoísmo sadio que nos ajuda a manter a sanidade e a auto-estima. pensar que o outro é mais burro sempre funciona pra gente esquecer das nossas próprias frustações. é um desvio de dor primitivo, mas a grande verdade é que não somos nada além de sacos de ossos (parafraseando o termo do king) que andam pela terra se alimentando da dor alheia e de vitórias injustas contra o sistema podre do qual fazemos parte.

qualquer coisa dita além disso é complacência com os nossos erros, e de complacência o mundo tá cheio. vejam meu caso, por exemplo: minha psicóloga é completamente complacente com minhas atitudes destrutivas. ela sempre diz que não podemos fazer nada que está além da nossa capacidade, ou seja, se eu quiser matar alguém enquanto estiver com raiva, eu posso, porque provavelmente estarei além da minha capacidade de auto-controle. tá, tá, forcei. mas é mais ou menos isso. eu disse pra ela que eu não conseguia largar a coca-cola e ela falou que eu podia estabelecer uma meta e parar com a coca aos poucos. ai ontem tomei uma garrafinha de coca de noite e advinha? consegui dormir só 1 da manhã e acabei acordando às 5! isso lá é vida? se ela tivesse me mandado parar logo com a merda da coca, eu teria feito esforços sobre-humanos e agora estaria dormindo, mas a filha da puta da condescendência só serve pra perpetuar nossos problemas.

ótimo, finalmente tô ficando com sono. agora que são 6 da manhã, a merda do cansaço volta. quer dizer, daqui a duas horas tenho que apresentar meu trabalho final de história da arte (duas peças, ou melhor, dois brincos de arame retorcido com inspiração no athos bulcão), e vou estar parecendo um zumbi nos corredores da univali. mais do que o habitual, i mean. o que eu quero que vocês entendam é que tudo é um círculo vicioso. como tô com sono e tenho que ficar acordada, vou ter que tomar café. e o café me trará insônia mais tarde. e eu não tenho como me livrar disso, especialmente porque minha receita de rivotril acabou e eu combinei com a evelin (esse é o nome da minha psicóloga) que eu não vou tomar mais remédios pra dormir ou anti-depressivos, a não ser que eu piore muito. (meeu namorado entrou no msn, o que ele tá fazendo aqui 06:24 da manhã?!)

bom, tudo resolvido, ele foi se arrumar pro último dia de aula dele. sorte né? minhas aulas só terminam sexta da semana que vem, e vou ter 12 horas de processo de design em uma semana só :O não que eu não goste de pensar, mas se você tá cansado, doente e estressado como eu, você não faz tanta questão assim de arranjar sarna pra se coçar (nossa, como sou velha x) ). e processo de design, contrariando aquela lei preconceituosa que eu mesma criei sobre meu curso, é uma das únicas matérias em moda que diferencia quem usa os neurônios de quem usa a memória longa (coisas que são facilmente confundidas, principalmente pela tão falada condescendência).

já perceberam que as palavras preferidas do ser humano egoísta são 'eu' e 'meu'? depois de muita auto-análise, me dei conta que esses são os vocábulos que mais proferi durante minhas existência de 17 anos e alguns meses. quer uma maneira simples de descobrir se você é egoísta? pensa na sua última conversa, não importa com quem. se o tema principal foi você, parabéns, você acaba de descobrir que é um egoísta em potencial! há quem diga que são questões inúteis, mas a psicologia revela que o auto-conhecimento é quase uma religião, e se você pensar bem, tem muito mais coerência do que a maioria das crenças que se baseia seus 'escolhidos' mais por seus contra-cheques do que por merecimento.

quando se é cético (não ao extremo, claro, pois a única coisa extrema que não faz mal é o amor - e não tô falando de paixão, tô falando de amor mesmo, abnegação, afeto incondicional), o mundo se torna mais divertido. as pessoas crentes (mais uma vez, entendam o significado da palavra) são tendenciosas, e mesmo que o cético também seja, ele não se preocupa com rótulos e não se ofende com quem não partilha de suas idéias. ele simplesmente se regojiza (nunca sei como se escreve isso) internamente com sua superioridade intelectual. falo isso não apenas por mim mesma, mas pela convivência com outros céticos, que inclusive fazem parte desse blog. mas por que tô falando de céticos, afinal? ahh tá, parágrafo anterior. gente, minha memória tá um lixo. aliás, falando em memória, alguém saberia me explicar esse negócio de memória de elefante? nunca entendi porque o elefante tem boa memória. se eu tivesse que fazer alusão à boa memória de um bicho, eu usaria o papagaio. afinal, ele que sabe repetir as frases humanas, não o elefante, que aliás nem boca tem, apenas aquela tromba gigante :O

bom, tá na hora de tomar café. então bom dia, caros leitores (espero que existam leitores), se cuidem (isso inclui atravessar a rua na faixa de segurança, usar camisinha e não dirigir bêbados, principalmente agora que o capitão nascimento tá aí! :D haha, piadinhas infames).
beeijos, beijos!

Um comentário:

John Garan disse...

Espero que seja um retorno.
tanta falda de ler algo boom.
=]

amo-te.