segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Reis só comem carne vermelha!


“Cof, Cof” – O cheiro era forte, era mais viciante do que qualquer outra droga que provara. O cheiro. O cheiro do suvaco. Não tomava seus banhos direito fazia uma semana, mesma época que descobriu a inusitada fragrância. Essa “droga natural” o tranqüilizava em dias que estava nervoso. Além disso, tinha a vantagem de ser de graça.

Preferia ficar cheirando o suvaco a estar fazendo qualquer outra coisa. Ficava trancado no banheiro. Olhos vermelhos, o bronze sumindo do corpo pouco a pouco. Caminhava para um poço sem fundo. Era a porcaria do cheiro! No começo, as doses eram pequenas, agora, para ficar tranqüilo, precisava cheirar cada vez mais!

O corpo já estava franzino, não era nem de longe a sombra do que um dia fora, um garoto responsável, estudioso e feliz. Maldito cheiro! Maldito dia em que abandonara seus banhos em troca de um punhado de felicidades efêmeras, em troca de um punhado de ilusões, em troca de um maldito cheiro!